segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Artigos foram publicados nos jornais

Os dois primeiros artigos escritos pelos membros no Clube do Comentaristas de Espetáculos Teatrais de Pelotas (CCETP) foram publicados nos dois jornais locais de Pelotas. No sábado 21 de novembro, o Diário da Manhã publicou o comentário de Vagner Vargas, a respeito do monólogo "Simplesmente Eu - Clarice Lispector", com Beth Goulart. Na segunda-feira 23 de novembro, o meu primeiro artigo, sobre o mesmo espetáculo, saiu no Diário Popular e no dia seguinte, 24, no DM.

O MARINHEIRO NAVEGA NOS SONHOS

Na penúltima edição deste ano do projeto Cena Literária, à tardinha do dia 25.11, tivemos a oportunidade de assistir a uma intrépida proposta cênica apresentada pelo Teatro Escola de Pelotas. Calcada num denso texto de Fernando Pessoa – aliás, parece ser um dos autores preferidos pelo TEP – a apresentação adaptou cenicamente trechos da obra O Marinheiro, escrita por ele em 1913, portanto, há 96 anos. Não se trata, contudo, de um conto de época, ao contrário, é atemporal, pois mostra um distanciamento da realidade. Distanciamento que as personagens vão procurar durante todo o tempo. Permite conhecer de onde vem a inspiração de Fernando Pessoa, que com 24 anos escreveu esta peça em dois dias. Mostra-nos a sua intuição, a sua visão daquilo que viria a ser a sua vida de artista, de tormento e de sofrimento. A ideia central da peça é fugir à realidade, que faz com que as personagens pareçam, de certa forma, fantasmas ou sonâmbulos.

O Marinheiro responde melhor aos preceitos do simbolismo, que vem a ser o modo pelo qual os desejos, conflitos e tendências inconscientes adquirem representação indireta e figurada, tanto no indivíduo como na cultura (na linguagem, nos mitos, costumes, etc.). A propósito, não é fácil falar de Pessoa sem que nos percamos. Também o minimalismo está presente em Pessoa. Tudo reduz ao essencial, subtrai todos os floreados. O Marinheiro, que o próprio autor classifica de texto de êxtase, é um “drama estático” de pouca movimentação, mas de profundas conjeturas. Nele, a oposição é entre a vida e o sonho. Existe a vida, porque esta vida equivale à morte.
Álvaro de Campos (um dos heterônimos de Pessoa) diz que temos duas vidas – a verdadeira, que sonhamos em criança, e a falsa, a prática. Morre-se, porque não se sonha bastante. Elas fogem da vida, como quem foge da morte. Viver esta vida ao rés-do-chão equivale a morrer. Por outro lado, elas querem esta vida. “Na vida aquece ser pequeno” – o que assistimos ao longo da peça é a hesitação entre querer fugir da vida e um ritual (toda a peça é um ritual, um ato mágico) em que, através do sonho, elas querem voltar ao Eu Primordial, ao Ser Lar. Ser Lar é Deus. Fernando Pessoa é completamente heterodoxo nas suas crenças – “creio ou quase creio”. Isto faz com que nunca tenha sido um fanático.

Na peça, a palavra-chave justamente é distanciamento. Realmente, a nós, espectadores, parecia que as três personagens estavam fora da nossa realidade. Afora o vestuário provocativo, cuja uniformidade branca, também notada no reduzido cenário, incluiu uma criativa dualidade contraditória entre o conservador, especialmente na face, lembrando freiras, e o sensual, que mostrava os ombros nus, e as velas, que davam uma idéia de luz e sombras, nada mais parecia haver de alegórico. O lugar é um quarto que poderia representar um castelo antigo. As personagens não se distinguiram, a não ser pela diferença física entre elas. Não houve conflito(s), elas se ajudavam, eram solidárias em fugir da vida, na ambígua subjetividade de seus sonhos, parecendo não estar no mundo dos vivos. Elas estavam quase em frente a quem imagina o quarto, há uma única janela, alta e estreita, dando para onde só se vê, entre dois montes longínquos, um pequeno espaço de mar. Do lado da janela velam três donzelas. A primeira está sentada em frente à janela, as outras duas estão sentadas uma de cada lado da janela. É noite e há como um resto vago de luar.

Para uma ideia da peça, eis alguns trechos:
Primeira Veladora: - Ainda não deu hora nenhuma.
Segunda Veladora - Não se pode ouvir. Não há relógio aqui perto. Dentro em pouco deve ser dia.
Terceira Veladora – Não, o horizonte é negro.
Primeira - Não desejais, minha irmã, que nos entretenhamos contando o que fomos? É belo e é sempre falso...
Segunda – Não, não falemos nisso. De resto, fomos nós alguma cousa?
Primeira - Talvez. Eu não sei. Mas, ainda assim, sempre é belo falar do passado... As horas têm caído e nós temos guardado silêncio. Por mim, tenho estado a olhar para a chama daquela vela. Às vezes treme, outras torna-se mais amarela, outras vezes empalidece. Eu não sei por que é que isso se dá. Mas sabemos nós, minhas irmãs, por que se dá qualquer cousa?...
Numa dada altura da peça elas dizem “Tenho um medo disforme de que Deus tivesse proibido o meu sonho…” e falam do frio, esse frio que chega dessas tais regiões isoladas e, por isso, querem o conforto da vida. Este sonho das veladoras é muito complexo. Às vezes chegamos a ter a sensação que as veladoras são médiuns – “Que voz é essa com que falais?… É de outra… Vem de uma espécie de longe…”.

Analisando o espetáculo, a complexidade do texto exigiu o envolvimento e a capacidade interpretativa das três atrizes que, de fato, puderam expressar toda a dramaticidade proposta pelo autor. Sob a direção de Fabrício Gomes, que assinalou ao final o caráter de estudo da peça, e com o TEP pretende ganhar maior dimensão e profundidade, as atrizes Cássia Miranda, Eliz Eslabão e Sandra Viégas, demonstraram que o teatro de Pelotas continua a despertar estudo, interesse e participação, através de um efetivo desempenho. O TEP, mais uma vez está demonstrando a inequívoca participação no cenário teatral de Pelotas, ao lado de outros bons grupos que militam nesta área cultural. Está faltando, entretanto, maior valorização dos consumidores para o que está sendo produzido em nível local. Por isto, o convite para que prestigiemos os espetáculos promovidos, uma vez que merecem o nosso comparecimento e prestígio. Em 16 de dezembro, ocorrerá última edição do ano do Cena Literária. Não percamos. Somos contemplados com bons momentos de lazer cultural, e ainda mais com entrada franca. Aproveitemos, pois.

Vitor Azubel, integrante do CCETP

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Simplesmente Eu, Clarice Lispector

No dia 11 de Novembro, Pelotas foi brindada com o espetáculo Simplesmente Eu, Clarice Lispector, interpretado pela atriz Beth Goulart. Neste monólogo, foram contados alguns aspectos da vida desta escritora. Desdobrando-se em cinco personagens de alguns livros, por vezes intercalados pela própria escritora, Beth mostra um trabalho de atriz maduro e à altura de Clarice Lispector.

Para os que puderam prestigiar este espetáculo, ficou evidente que os dois anos de pesquisa que a atriz dedicou à concepção desta peça, mais os seis meses à construção da dramaturgia cênica, um mês de trabalho com a diretora e, por fim, um mês ensaiando com cenários, figurinos, elementos de cena, sonoplastia, contra-regragem e iluminação, não foram em vão, tendo em vista o resultado artístico. Este fato nos chama atenção para que o público perceba o volume de trabalho despendido para a construção de um espetáculo teatral. Muitas vezes acredita-se que basta aos atores decorarem o texto, seguirem às orientações do diretor e, em poucos ensaios, a peça está pronta. Qualquer espetáculo teatral resulta de um intenso e laborioso trabalho de toda uma equipe que se desdobra durante meses para levar ao grande público um espetáculo com qualidade. Relato isto para que Pelotas comece a pensar nas condições de trabalho que devem ser criadas para que seus artistas venham a produzir obras com qualidade artística. Se não houver uma estrutura que lhes propicie condições dignas de trabalho e subsistência a partir de sua arte, de que forma conseguiremos fazer com que os artistas pelotenses sejam reconhecidos?

Voltando à peça, não posso deixar de analisar alguns aspectos técnicos da atriz que, para obter sentido do que desejava falar, reescreveu Clarice, conectando palavras para resignificá-las, através de um trabalho com bases evidentes no teatro físico. Além disso, ressalto o trabalho vocal, pois independentemente do local onde o expectador estivesse, podia ouvir as personagens em suas diferentes entonações, sem maiores dificuldades. Obviamente que isto é favorecido pela excelente acústica do Teatro Sete de Abril. Entretanto, se não houvesse um trabalho vocal evidente nesta atriz, observaríamos gritos e projeções vocais equivocadas tão freqüentes entre os atores que não se preocupam com o trabalho vocal contínuo.

Além de uma direção delicada e precisa, não posso deixar de citar a dramaturgia da luz, presente neste espetáculo. Trabalhar luz branca é sempre considerado um desafio aos iluminadores. Mas, não apenas isto, se percebia um iluminador conectado ao trabalho da atriz, permitindo que a luz compusesse um elemento orgânico, sutil e preciso para manter o público atento à história. Acrescentam-se ainda um figurino funcional e belo, além de uma sonoplastia discreta, todos adequados à proposta.

Outro aspecto que me chamou atenção, foi o silêncio observado na plateia durante todo o espetáculo. Não poderíamos esperar algo diferente para quem se destina a assistir uma obra de Clarice Lispector. No entanto, o público pelotense ainda precisa aprender a respeitar aos artistas que estão encenando e ao restante da plateia. Embora sempre ocorram advertências quanto ao uso de celulares e aparelhos sonoros no interior de teatros, algumas pessoas ainda insistem na grosseria e desrespeito, mantendo-os ligados. Além disso, quando as pessoas circularem pelos corredores dos camarotes, galerias e cadeiras laterais do teatro, devem tomar cuidado para que o salto de seus sapatos ou a intensidade do seu caminhar não acabe prejudicando a atenção de que qualquer espetáculo necessita. Infelizmente, preciso despender algumas linhas deste texto para relatar o comportamento inadequado de algumas pessoas da plateia. Contudo, espero que, nos próximos eventos culturais, a sociedade pelotense compreenda certas regras de comportamento dentro de um teatro.
Portanto, fica aqui o registro de mais um espetáculo teatral com a qualidade que Pelotas merece, ainda mais quando foi concebido por uma excelente atriz que resolveu homenagear uma das mais brilhantes escritoras brasileiras de todos os tempos. Espero que em breve possamos contar com mais trabalhos deste nível aqui na cidade.

MSc. Vagner Vargas
DRT – Ator – 6606 -Integrante do CCETP

Beth/Clarice: maturidade em cena

Quem compareceu ao Theatro Sete de Abril na noite desta quarta-feira, 11 de novembro, teve a oportunidade de assistir um espetáculo completo e de conhecer um pouco do universo de uma das escritoras brasileiras de maior reconhecimento na literatura nacional. No monólogo “Simplesmente eu – Clarice Lispector”, a atriz Beth Goulart, aos 48 anos, se mostra em plena forma física, capaz não só de executar bem tecnicamente um trabalho (dizem que em 1985 estudou com o renomado teatrólogo inglês Peter Brook), tanto em interpretação quanto em partitura corporal – os movimentos são precisos, limpos – como de construir tão ricamente a personagem que nos confere a sensação de realmente estarmos na presença da escritora de temperamento forte e personalidade irreverente. Poderia dizer-se que foi “A hora da estrela”, da estrela Beth, que também assinou a direção da montagem.

Clarice estava ali, sem dúvida, com seu jeito firme, atrevido, quase arrogante... A sabida vaidade refletida no requinte de suas roupas (figurino simples, prático, em tecidos leves, com delicado caimento), maquiagem, jóias, no seu jeito de andar, de segurar o cigarro, de sentar-se, de falar (ainda que à atriz lhe “escapasse” o erre carregado em alguns momentos. Totalmente perdoável)... O cenário simples – um semicírculo demarcado por uma cortina feita em tiras, um divã, uma cadeira, uma banqueta, tudo em “tons de branco”... Belo. Ainda que eu teria imaginado uma escolha em tons acinzentados, para acentuar as matizes “grises” da escritora, mas, aí, cada cenógrafo teria pensado algo diferente... –, poucos adereços em vermelho e a iluminação, executada com precisão, contribuíram para valorizar as cenas. Projeção de imagens que ocupavam toda a extensão do palco, um recurso que poderia ser atribuído ao distanciamento brechtiano, mas que neste caso parecia ser usado puramente pela beleza plástica, sem pretensões de “lembrar o espectador” que se trata de uma peça de teatro e, assim, instigá-lo a um posicionamento crítico.

No palco, vimos maturidade. A maturidade da atriz, demonstrando domínio do que fazia – Beth intercalava trechos em que interpretava ora a escritora, ora algumas de suas personagens – e inclusive se arriscou a cantar e dar alguns passos de dança... A maturidade da personagem, refletida em trechos autobiográficos extraídos de seus escritos e entrevistas à imprensa, que não tinha medo de dizer o que pensava nem de expor suas dúvidas existenciais – é preciso estar muito segura para admitir as próprias fraquezas e incertezas.
No final da peça, Clarice se foi e “veio” Beth, acessível, humilde, colocando-se a disposição da plateia para conversar. Fez um pequeno discurso sobre o sentido de fazer teatro, desta esperança – vã? – que nós artistas temos de conseguir, de algum modo, tocar o espectador, de fazê-lo repensar seus próprios valores, sua postura moral e ética... De fazê-lo sentir-se capaz de sair na inércia, do estado de anestesia total diante da podridão e da impunidade que o rodeiam, de agir, de mudar sua vida, de mudar o mundo que o oprime e o insatisfaz. Beth comoveu duplamente, com seu espetáculo e com seu discurso sincero, sensível.

Que bom que o público pelotense soube aproveitar mais um “presente” oferecido pelo Sesc, que possibilitou preços populares (R$ 10,00 a inteira) – cerca de 550 pessoas, uma vez que o teatro estava lotado e ainda havia pessoas sentadas nas laterais. Que bom que Beth não usou microfone – sinceramente, eu tinha minhas dúvidas, já que muitos atores globais estão fazendo cada vez mais “TV no teatro”, mas ela soube aproveitar a acústica do local e mostrou o potencial de sua voz, fazendo-se ouvir em cada canto do Sete de Abril. Que bom que Beth teve a oportunidade de “trocar energia” – como ela própria mencionou ao final – com uma plateia atenta e respeitadora, que se manteve em silêncio quase absoluto durante todo o espetáculo. Que bom que nós tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais de Clarice Lispector através de um trabalho bem executado. Como enfatizou a atriz e diretora, “foi um momento mágico, único, destes que somente o teatro pode proporcionar – só o viveu quem estava ali, porque, exatamente igual àquele momento, jamais acontecerá de novo”.

Joice Lima – atriz, jornalista, integrante do CCETP

Integrantes do CCETP:

Adriano Moraes – diretor, professor de Teatro Licencatura/UFPel
Alexandra Dias - atriz, dançarina, professora de Teatro/Dança UFPel
Alexandro Ayres - ator, acadêmico de Teatro Lic./UFPel
Ana Alice Muller - atriz, acadêmica de Teatro Lic./UFPel
Armando Cruz - professor, escritor, diretor de teatro
Dagma Colomby - atriz, professora, acadêmica de Teatro Lic./UFPel
Flávio Dornelles - ator, diretor, acadêmico de Teatro Lic./UFPel
Joice Lima - atriz, jornalista, acadêmica de Teatro Lic./UFPel
Luiz Carlos Freitas - jornalista, escritor
Manoel Soares Magalhães - escritor, dramaturgo, pintor
Marina Oliveira – atriz, professora do curso de Teatro Lic./UFPel
Maureen Mantovani – atriz, bacharel em Artes Cênicas pela USP
Paulo Alfrino Borba - escritor, músico, professor, tradutor
P.R. Baptista – pesquisador, escritor, fotógrafo
Paulo Gaiger – ator, intérprete, professor de Teatro Lic./UFPel
Vagner Vargas - ator, acadêmico de Teatro Lic./UFPel
Vítor Azubel - ator, coralista, ex-presidente do Conselho Municipal de Cultura

Está criado o CCETP

Clube de Comentaristas de Espetáculos Teatrais de Pelotas
pretende preencher lacuna existente há anos na cidade

Está criado, a partir de hoje – 13 de novembro de 2009 -, o Clube de Comentaristas de Espetáculos Teatrais de Pelotas (CCETP), composto, no momento – a intenção é que o número não aumente muito – por quinze pessoas, todas envolvidas de alguma forma com teatro. A ideia de formar-se um grupo que se dispusesse a fazer comentários sobre as montagens teatrais apresentadas no município de Pelotas surgiu a partir de uma conversa, no início de 2009, entre mim e Adriano Moraes, diretor do Departamento de Música e Artes Cênicas do Instituto de Artes e Design da UFPel e meu professor do curso de Teatro Licenciatura da UFPel. Algum dia poderíamos criar um grupo para comentar as peças, cogitamos na ocasião. O momento chegou.
Percebemos a necessidade de se preencher uma lacuna que existe há muitos anos em Pelotas: a ausência quase absoluta de comentários a respeito dos espetáculo teatrais que são apresentados aqui, seja de montagens locais ou vindas de fora. Os comentários são essenciais para quem faz teatro. São um “retorno” a respeito do trabalho – as críticas, se bem construídas podem contribuir para melhorá-lo – e também são necessários, por exemplo, quando se quer inscrever uma montagem em mostras e festivais.
Como acadêmica de Teatro da UFPel ficou latente, por outro lado, a escassez de material sobre as apresentações. Eu e meus colegas da primeira turma do curso encontramos muita dificuldade em conseguir informações – salvo de alguns períodos específicos, em que foram publicados mais artigos sobre as peças – e conhecer o passado teatral de nossa cidade. Infelizmente, se não existe nenhum registro, é como se nunca tivesse acontecido. Este pensamento foi outro motivo que impulsionou a criação deste Clube: queremos que o momento de agora fique registrado nos meios de comunicação para que, daqui a dez, vinte, cinquenta ou cem anos, as futuras gerações conheçam a história que estamos fazendo agora: quem fazia teatro em Pelotas (pessoas, grupos), em que condições, as dificuldades encontradas, quais os recursos cênicos e as estéticas usadas, quais as influências, quem ia ao teatro e quem apoiava as produções, quais os espaços disponíveis, etc..
Que fique claro que o CCETP não é composto por críticos, mas apreciadores e fazedores de teatro, sejam professores, atores, diretores, dramaturgos ou qualquer outra função ligada ao teatro (confira a lista completa neste blog), que estão dispostos a comentar os trabalhos assistidos. A proposta é que se faça um rodízio entre os membros do Clube, a fim de tentar garantir que a maioria dos espetáculos que passem pela cidade sejam comentados – de modo experimental, ao menos no período de um ano.
A comunicação entre os membros será feita pelo e-mail do grupo alguns dias antes da data marcada para determinado espetáculo, para combinar quem ficará encarregado de escrever o artigo sobre ele. Podemos fazer mais de um artigo sobre o mesmo espetáculo – cujas opiniões não precisam estar de acordo, naturalmente, pelo contrário, diferentes pontos de vista só servirão para ampliar as possibilidades.
Os comentários devem ser redigidos e enviados aos jornais locais no mesmo dia ou no dia seguinte à apresentação, a fim de que a publicação do artigo não esteja muito distante da apresentação feita. Faremos comentários francos, apontando aspectos positivos e/ou negativos dos espetáculos, porém sem jamais faltar com respeito à peça ou a qualquer das pessoas envolvidas em sua montagem. Por exemplo, se a direção foi péssima ou se tal ator era muito ruim, a ponto de comprometer a qualidade do espetáculo, não devemos deixar de mencioná-lo, porém usando de bom senso, sem “atacar” a pessoa, mas comentando sua performance. O Clube partirá do princípio de que qualquer trabalho deve ser respeitado - o que, por outro lado, não significa que não poderá ser criticado duramente.
Está dada a largada. Longa vida ao teatro em nossa cidade!

Joice Lima – atriz, jornalista, escritora e
acadêmica de Teatro Licenciatura da UFPel.